Na manhã desta sexta-feira (11), a Polícia Civil de Sarandi desencadeou a Operação "Ludismo", cujo objetivo era cumprir mandados de busca e de prisão preventiva de suspeitos de participação no incêndio criminoso ocorrido no pátio da Empresa Transportes Coletivos Cidade Verde, em Sarandi, na madrugada do dia 23 de setembro.
Seis ônibus coletivos foram consumidos pelas chamas. Os mandados de busca e os de prisão foram cumpridos nas cidades de Sorocaba e Votorantim, em São Paulo, Sarandi e Maringá. Um membro da diretoria do Sindicato dos Condutores de Veículos Rodoviários de Maringá (Sinttromar) foi preso durante a operação da Polícia Civil.
Segundo a polícia, Odair de Moura, de 42 anos, dirigiu o carro que levou os demais criminosos que invadiram a garagem da concessionária e atearam fogo nos veículos. Policiais ainda realizaram buscas na sede do sindicato e em imóveis localizados em Maringá e Sarandi.
A Polícia Civil de Sarandi está em posse de um vídeo conforme as investigações, mostram Odair devolvendo o carro usado no atentado que foi alugado em uma locadora de veículos. "O principal alvo foi preso. Ele locou o veículo para levar os executores do incêndio. Ele é membro da diretoria e, coincidentemente ou não, o sindicato tentou afastá-lo do cargo depois do dia do incêndio", explicou o delegado Adriano Garcia.
Adriano Garcia ainda informou que o crime tinha sido praticado por conta das reivindicações trabalhistas. Os motoristas e cobraram fizeram uma greve pedindo aumento de salários. A Polícia Civil esclareceu que apreendeu documentos na sede do Sinttromar na tentativa de materializar a ligação entre os suspeitos do incêndio com o sindicato.
"Queremos descobrir quem pagou a estadia e alimentação desses quatro indivíduos que vieram de São Paulo somente para atear fogo nos ônibus", afirmou o delegado. Por meio de nota, o Sinttromar informou que tem colaborado integralmente com as autoridades policiais. Essa postura do sindicato se mantém desde o incêndio ocorrido na garagem da Cidade Verde.
O Sinttromar reforça seu posicionamento, já divulgado em notas anteriores, de que a entidade não teve qualquer relação com o atentado, tendo, portanto, total interesse no esclarecimento dos fatos com seriedade e com a maior brevidade possível. Essa apuração é necessária para que o Sinttromar possa, num segundo momento, tomar as medidas cabíveis na Justiça contra inverdades divulgadas sobre a entidade.
Sobre um dirigente que foi conduzido à delegacia para esclarecimentos, o Sinttromar informa que o mesmo alega não ter nenhum envolvimento no atentado. Portanto, não há mais nada a declarar sobre o assunto. Por fim, a entidade sindical – representante legal dos trabalhadores do transporte rodoviário de carga e de passageiros de toda a região –, repudia com veemência a truculência com que foi empreendida a busca e apreensão.
Houve danos materiais à sede da entidade, algo totalmente desnecessário, já que o Sinttromar, desde o início, colocou-se à disposição das autoridades competentes.
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André Almenara
André Almenara