O Secretário de Fazenda da prefeitura de Maringá foi alvo de um mandado de busca e apreensão na manhã desta quinta-feira, 16. Carlos Augusto Ferreira, teve veículos de luxo apreendidos por policiais federais que cumpriram a ordem judicial.
A Polícia Federal deflagrou a nova fase da Operação Mafiusi, com o objetivo de desarticular o núcleo financeiro de uma organização criminosa responsável por movimentar e lavar milhões de reais provenientes do narcotráfico internacional.
Foram cumpridos três mandados de prisão preventiva e 12 de busca nas cidades de Curitiba, Maringá, São Paulo, Santana de Parnaíba, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Ribeirão Preto, Peruíbe e Jardinópolis.
As ordens foram expedidas pela 23ª Vara Federal de Curitiba. A Justiça também bloqueou bens e valores que somam cerca de R$ 14 milhões, incluindo imóveis, contas bancárias e aplicações financeiras. A PF informa que o grupo era responsável pela movimentação e contabilidade do dinheiro do tráfico de drogas.
Um dos pontos mais explosivos da apuração envolve a compra de um time de futebol com dinheiro do narcotráfico. Segundo a PF, o investimento foi realizado por meio de um laranja com histórico criminal, identificado como intermediário de um dos líderes da facção PCC - Primeiro Comando da Capital.
A análise de mensagens e documentos apreendidos na primeira fase da operação Mafiusi, deflagrada em dezembro de 2024, revelou indícios de que parte do lucro com a exportação de cocaína para a Europa foi reinvestido no clube, que servia de fachada para movimentar e "limpar" os lucros ilícitos.
A Polícia Federal identificou remessas contínuas de cocaína para o exterior, coordenadas a partir do Brasil com apoio logístico de empresários e doleiros. Os investigadores também confirmaram ligações diretas com a alta cúpula do PCC que teria expandido sua atuação para o Paraná e outros Estados.
A investigação aponta que o secretário da fazenda de Maringá mantinha conversas com o financeiro do Primeiro Comando da Capital (PCC). Carlos Augusto Ferreira era suspeito de lavar dinheiro para a facção criminosa.
As transcrições das conversas mostram que o maringaense usava sua uma empresa para lavar dinheiro do tráfico de drogas. A PF informa que Carlos Augusto sabia que o dinheiro que passava pela sua empresa vinha do tráfico de drogas internacional.
Carlos Augusto foi nomeado secretário de Fazenda da administração em janeiro de 2025. O site soube que a indicação foi do deputado federal Ricardo Barros e de um empresário do ramo hospitalar de Maringá.
Carlos Augusto desempenhou o cargo de diretor superintendente da CSD, onde foi responsável pela fusão com os Supermercados Cidade Canção e pela venda ao fundo Actis. Ferreira também foi CEO do Grupo Santa Rita até sua venda para o grupo Athena.
A Prefeitura de Maringá informou que Carlos Augusto pediu afastamento do cargo, por período indeterminado, para esclarecer os fatos. Ainda no comunicado, o executivo declara que os fatos investigados pela Polícia Federal não tem relação com a gestão municipal.
Também por meio de nota, o secretário de Fazenda de Maringá afirmou que ainda não teve acesso ao conteúdo da investigação, mas reforçou que nada de ilícito teria sido encontrado em sua residência. Augusto disse que vai colaborar com a investigação.
André Almenara