O soldado Marco Aurélio Onishi, de 38 anos, da Polícia Militar de Maringá, foi colocado em liberdade na última sexta-feira (6) após ter recebido um alvará de soltura do Tribunal de Justiça de Curitiba. O policial militar é acusado de ter participado da morte do adolescente Jadson José de Oliveira, de 17 anos, que era morador da cidade de Sarandi.

O crime de homicídio aconteceu em 10 de agosto do ano passado após a viatura do soldados Onishi e Goulart terem abordado um grupo de jovens. Jadson foi colocado na viatura e desapareceu. Depois de dias de procura, o corpo da vítima foi localizado em uma estrada rural com marca de tiro.

O soldado Onishi estava recolhido na sede do 4º Batalhão de Polícia Militar. O recurso impretado pelo advogado criminal, Israel Batista de Moura, pedindo a soltura do policial e desqualificação do crime, foi votado na última quinta-feira (5) e os desembargadores acataram, por unanimidade, o pedido para descartar a denúncia de homicídio qualificado por motivo torpe e por impossibilitar defesa à vítima.

Com a derrubada das duas qualificadoras, o soldado Onishi responderá por homicídio simples. Segundo o advogado Israel Batista de Moura, são frágeis as delações feitas pelo soldado Jonatan Vinicius Goulart, de 32 anos, parceiro de viatura no dia do crime. Para o advogado, Goulart teria tentado jogar toda a culpa em Onishi respondendo pelo crime de ocultação de cadáver apenas.

Segundo a decisão da Justiça, o policial militar Onishi pode voltar a trabalhar. Contra ele ainda há uma medida cautelar, para que fique em casa nos finais de semana, se não estiver trabalhando. Durante o julgamento do recurso, um dos desembargadores ressaltou que o soldado Onishi já integrou os mais importantes grupos de elite da PM, recebeu várias condecorações por serviços prestados e tem a seu favor o trabalho realizado no Canil do 4º Batalhão.

Segundo o desembargador, se não fosse um bom homem, Onishi não teria tido uma boa relação com os cães farejadores, e teria sido rejeitado pelos animais. Na época dos fatos, o delegado da Polícia Civil de Sarandi, Reginaldo Caetano da Silva, que coordenou as investigações, explicou que o estojo e o projétil foram encontrados no ponto indicado pelo soldado Goulart, que procurou a delegacia para denunciar e responsabilizar Onishi pela morte do menor.

No dia da reconstituição do crime, o soldado Onishi indicou o local errado onde o adolescente teria sido executado. Ainda durante as investigações, a Polícia Civil encontrou respingos de sangue no local onde a vítima tinha sido morta. Esse detalhe contesta a versão de Onishi, de que Goulart seria o autor do crime e teria arrastado o corpo até o ponto onde foi deixado.

Os respingos de sangue dão conta que o adolescente foi carregado e não arrastado. O delegado de polícia ainda disse que manchas de sangue encontradas na farda de Goulart foi encontrada também no coturno de Onishi, que a todo momento dizia que durante a execução tinha ficado dentro da viatura.

O delegado ainda explicou que a qualificadora por motivo torpe foi estabelecida, porque Onishi, após raptar o adolescente teria confidenciado ao soldado Goulart que Jadson seria "tranqueira", e "dava muito trabalho". Já o indiciamento de Goulart, por abuso de autoridade, caracteriza-se pelo fato de Goulart ter colaborado na captura do adolescente e ajudado a levá-lo para um local isolado.

No inquérito policial, a motivação foi estabelecida porque Onishi ainda insiste em negar a autoria da morte do adolescente.

Policial acusado de matar adolescente em Sarandi é colocado em liberdade
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