A morosidade da justiça fez com que um inocente passasse 399 dias de sua vida fechado dentro de uma cadeia acusado de um crime hediondo. Eduardo Marcelo Gonçalves, de 45 anos, foi acusado de praticar estupro contra uma jovem, na época com 18 anos, crime ocorrido no final de 2011 em um estacionamento de um hospital que fica na Vila Operária, em Maringá.
A vítima que realmente foi abusada por um homem, teve a quase certeza que Eduardo era o autor, mesmo em depoimento tendo dito que não viu o rosto do agressor. Eduardo mesmo sendo levado pela polícia, negou a autoria do crime e ainda se prontificou em doar o material genético para realmente comprovar para a justiça que estava havendo um equívoco e o cometimento de uma injustiça. Após sete anos e com empenho de três advogados criminais, finalmente o resultado de confrontação do material genético deu negativo e Eduardo foi posto em liberdade na tarde da última segunda-feira (1).
Os advogados Rodrigo Alex Cabestré, Nayane Hoffman e Jéssica Soares, aceitaram em defender o acusado acreditando 100% em sua inocência, ficando provado que a justiça é falha. Eduardo Gonçalves disse na entrevista exclusiva ao repórter André Almenara que uma hora a verdade apareceria. "Minha família sempre acreditou em minha inocência, sabia que eu não tinha cometido o crime, sabia que eu seria colocado em liberdade", disse Gonçalves.
Os advogados relataram que Eduardo foi preso em 2018 por um mandado de prisão preventiva. Na época policiais militares entraram em sua casa na Vila Esperança e cumpriram a ordem judicial. O acusado foi algemado e conduzido para a sede da Polícia Civil. Eduardo foi transferido para a Casa de Custódia onde ficou aguardando uma resposta da justiça. "O que eu quero agora é curtir minha esposa, filhos e neto", disse o ex-presidiário.