A advogada criminalista Sandra Becker foi condenada em 13 anos e 10 meses de prisão pela morte do noivo, Lourival Alves, de 43 anos. O júri terminou na madrugada deste sábado (28), que durou três dias. O crime aconteceu em janeiro de 2014, quando a vítima foi morta a tiros dentro do carro em que estava, junto com a então companheira, em uma avenida de Maringá.
Ao chegar no Tribunal do Júri na manhã da última quinta-feira (26), Sandra disse que pediu o julgamento para Curitiba porque não foi ouvida pela justiça em Maringá. “Quero todas as provas materiais e a justiça para provar a minha inocência,” disse. Marcílio chegou depois, escoltado e algemado entrou sem dizer nada à imprensa.
Em uma conversa telefônica gravada pela justiça, Sandra e Marcílio Aparecido Alves, de 28 anos, discutem por conta do crime. Marcílio diz que por causa de Sandra ele cometeu o homicídio. Na época, o suspeito de ser amante dela, Marcílio, foi preso pelo crime e confessou ter atirado contra Lourival. Ele afirnou ainda que cometeu o assassinato a mando de Sandra Becker devido aos constantes episódios de violência doméstica dos quais a advogada era vítima. Marcílio Aparecido que também foi julgado foi condenado em 10 anos pelo crime de homicídio.
Apesar da condenação de Sandra Becker, a defesa considerou uma vitória, a diminuição da pena por reconhecimento de que o homicídio se deu por “relevante valor moral”, ou seja, correspondeu a um interesse de grande importância social e foi “aprovado pela moralidade”. “Nesse sentido, o resultado foi alcançado e nós estamos saindo com o sentimento de dever cumprido. Conseguir esse reconhecimento é dizer que no Brasil não há mais espaço para agressores de mulheres. A Sandra foi abusada, violentada, espancada, extorquida e teve a vida destruída por esse malfeitor”, disse o advogado da ré, Cláudio Dalledone, ao portal de notícias do André Almenara.
A qualificadora da dissimulação, no entanto, não foi retirada da sentença. Esse fator se refere ao fato de que o crime teria sido planejado e a vítima foi acometida de surpresa. Durante o julgamento, Sandra admitiu que ligou para Marcílio na noite do crime devido ao estupro que sofreu, mas negou que pediu para o amante que o noivo fosse morto. Ela reconheceu, no entanto, que tinha consciência de que isso poderia acontecer a qualquer momento diante do sofrimento pelo qual passava.
A transferência do julgamento de Maringá para Curitiba aconteceu para garantir que o processo ocorresse com segurança e imparcialidade, por causa da grande repercussão do crime na cidade. O julgamento também se estendeu por vários dias porque mais de 15 testemunhas foram ouvidas durante a sessão do júri pelo Juiz de Direito Titular do Tribunal do Júri, Daniel Avelar, que presidiu o ato. A Promotora foi Ticiane Louise Santana Pereira, que a todo momento insistiu que Sandra Becker era a mandante da morte de seu noivo, Lourival Alves.
A advogada Sandra Becker irá aguardar a decisão do recurso em liberdade, mesmo tendo sido condenada pela morte do seu noivo. Marcílio Aparecido Alves que estava cumprindo pena pelo mesmo crime, permanecerá preso, só que agora na Penitenciária Estadual de Maringá.
Texto: Banda B/Curitiba
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