Na manhã desta quarta-feira (21), o delegado da Polícia Civil de Sarandi, Reginaldo Caetano da Silva, concedeu uma entrevista coletiva à imprensa para falar sobre a conclusão do inquérito policial que apurou a participação de dois policiais na morte do adolescente Jadson José de Oliveira de 17 anos. Durante 30 dias, o delegado e sua equipe investigaram o crime contra a vítima que foi abordada pelos policiais militares Marco Aurélio Onishi de 37 anos, e Jonatan Vinicius Goulart de 31 anos. O adolescente depois de ter sido abordado pelos soldados, foi levado para uma estrada rural onde foi executado com um tiro na cabeça. No dia 17 de agosto, o corpo de Jadson foi encontrado por um morador. Diante da localização do cadáver, o soldado Goulart passado alguns dias procurou seu advogado, Clayton Eduardo Gomes, e se apresentou na delegacia de polícia apontando seu colega de trabalho como sendo o autor do crime. O policial militar Onishi também contratou o advogado criminal de Marialva, Israel Batista de Moura, e disse que quem teria matado o adolescente seria o soldado Goulart. O Comando do 4º Batalhão abriu também um inquérito policial militar para apurar os fatos e chegar até o culpado. Durante diligências, a própria Polícia Militar apreendeu uma pistola calibre 22 na casa de Onishi, bem como, na casa de Goulart foi apreendido fardamento com manchas de sangue. A Polícia Civil de Sarandi com autorização judicial entrou na residência de Onishi e apreendeu uma pistola calibre 9mm que estava escondida em um compartimento. Na cena do crime, os investigadores acharam enterrados o estojo e projétil de calibre 9mm. A arma apreendida e os materiais recolhidos na estrada rural passaram por perícia, onde o resultado apontou na balística que a pistola calibre 9mm foi a usada para matar Jadson. Esse resultado da arma estava sendo mantido em sigilo para não atrapalhar a investigação. De acordo com a Polícia Civil, foi o soldado Goulart quem indicou onde estaria o projétil e o estojo. A reconstituição feita pela PM com participação da Polícia Civil foi de suma importância para que as autoridades policiais chegassem a autoria do crime e para tirar algumas dúvidas sobre a morte da vítima. O soldado Onishi permanece com sua versão de que permaneceu dentro da viatura policial e que não atirou no adolescente. De acordo com o delegado Reginaldo, o soldado Onishi será indiciado por homicícido doloso duplamente qualificado, posse irregular de arma de fogo de uso restrito e ocultação de cadáver. As penas somadas podem variar de 16 a 39 anos de reclusão. Já o soldado Goulart será indiciado por abuso de autoridade e ocultação de cadáver onde a pena pode variar de 1 a 3 anos. Goulart já deixou a restrição domiciliar na qual estava cumprindo por uma determinação judicial, e agora já poderá voltar a suas atividades no 4º Batalhão em um trabalho interno por hora. Reginaldo Caetano da Silva afirmou que pedirá a prisão preventiva de Onishi, mesmo o policial não ter confessado o crime com todas as provas apresentadas nos inquéritos policiais.
André Almenara